O processo de extração seletiva de elementos químicos utilizando-se resinas de troca iônica é amplamente conhecido e utilizado em tratamento de efluentes visando a recuperação e descontaminação destes elementos presentes em baixa concentração. Essa técnica foi a estudada e selecionada inicialmente em testes de laboratório visando a descontaminação de urânio presente na drenagem ácida da pilha de estéril do Bota- fora 04 da mina da Industrias Nucleares do Brasil S.A-INB em Caldas-MG, contendo uma concentração entre 6 e 12 mg/L de urânio solúvel. Inicialmente foram realizados vários testes de bancada para seleção de resina, considerando a eficiência de retenção e seletividade para urânio.
A resina selecionada foi uma aniônica forte à base copolímero de estireno e divinilbenzeno, de linha comercial fornecida pelo fabricante Rohm and Haas. Após comprovação da eficiência da resina através dos resultados obtidos em escala piloto, decidiu-se pela implantação de um projeto em escala industrial visando a descontaminação desta água ácida a uma vazão média de 150 m3/h, com um sistema industrial contendo três colunas de resinas para uma operação contínua na forma de leito-compacto, com fluxo invertido.
O presente trabalho aborda todos os aspéctos da definição e escolha da resina em escala laboratório, ciclo de operação, volume recuperado por ciclo de saturação, reações de remoção seletiva do urânio na presença de outros ânions, sistema de regeneração para eluição do urânio, na forma de regeneração em contra-corrente, assim como as etapas posteriores de implantação do projeto em escala industrial que ora encontra-se instalado.