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Proteção anticorrosiva em carrocerias automotivas


Pintura 10 de agosto de 2021 | Por: Nilo Martire Neto
Proteção anticorrosiva em carrocerias automotivas
 
Consultor, Eritram Coatings

O presente artigo é uma republicação da Orientação Técnica, o original foi publicado na Edição 93 da Revista Tratamento de Superfície - Janeiro / Fevereiro 1999 - Página 6 

 

Grande parte dos fabricantes de veículos têm desenvolvido produtos denominados como de classe mundial, que possam atender às mais diversas condições de uso, além de terem vida média maior, serem menos poluentes e mais econômicos. Para atingir às citadas exigências, as carrocerias destes veículos, por sua parte, estão sendo manufaturadas em diversos tipos de substratos com diferentes composições e tratamentos.

No inicio da década de 80 as chapas pré tratadas e as pré pintadas começaram a ganhar a preferência em substituição ao aço carbono comum, e mais recentemente o alumínio. fibras e plástico têm aumentado suas participações. Estes materiais estão sendo utilizados, principalmente em peças de configurações mais complexas ou ainda como necessidade de redução de peso e melhoria aerodinâmica Este é o caso por exemplo, entre inúmeras, dos tanques de combustível, capôs de utilitários, paralamas e pará-choques diversos. 

Entre as chapas pré tratadas atualmente em uso, sabe-se que as mais utilizadas são o aço galvanizado a quente do tipo comum, o galvanneal, o eletrogalvanizado de uma ou duas faces e as chapas pré pintadas com revestimentos ricos em zinco.

Todas elas para serem posteriormente pintadas, exigem que os sistemas de fosfatização e eletroforese estejam corretamente ajustados. Também faz-se necessário que os produtos usados nestes processos sejam capazes de operar em uma ampla faixa processando ao mesmo tempo unidades constituídas pela mistura destes aços, resultando um aspecto uniforme em toda a carroceira do veículo.

Em conjunto a esta característica fundamental, estes materiais têm se tornado mais ecológicos onde no caso dos sistemas de desengraxe e fosfatização tricatiônica por exemplo,  já existem novas versões isentos dos íons níquel, nitrito e cromo, além dos sistemas de conversão  com maior economia de insumos como água..

No caso do níquel em algumas tecnologias o mesmo está sendo substituído por fosfatos contendo traços do íon cobre, enquanto que os sais derivados do nitrito utilizados como refinadores, estão sendo substituídos por peróxidos de hidrogênio ou por compostos amínicos. Para os sistemas de desengraxe o uso de tensoativos biodegradáveis já é de uso corrente.

Na armação das carrocerias as novas gerações de plastisóis estão largamente sendo utilizadas, trazendo melhorias na união das peças, infiltrações de pó e umidade, contribuindo, além disto, na proteção contra a corrosão de bordas.

Cabe frisar que neste particular existem novas gerações de pintura catafórética que aumentam a resistência à corrosão nas arestas, podendo em determinados casos eliminar o uso de sealer, reduzindo peso e custo. Quanto à tecnologia de eletrodeposição, os sistemas de pintura catódica contendo chumbo, estão praticamente   substituídos pelos isentos deste metal, sem prejuízo na proteção anticorrosiva do filme de tinta aplicado..

Outra tendência nesta tecnologia é o uso de primer catódico com maior poder de pintura em cavidades, sem aumento substancial na espessura de tinta em áreas externas. Na polimerização destes filmes existem duas tendências, sendo que uma delas é aquela que requer temperatura inferior a 1700 C, onde as carrocerias usam peças  de plástico ou em alumínio. A outra tendência é aquela que utiliza chapas de aço de melhor formabilidade, termo endurecíveis, que requerem assim um tratamento combinado de pintura com temperatura superior  a1800 C.

Quanto à redução de custos, os filmes de menor pigmentação ou totalmente isentos deles, fornecerão filmes de menor densidade, portanto mais econômicos.

Primers surfacers com melhores propriedades de nivelamento e de proteção contra batida de pedras a base de resinas poliuretânicas, associados a outros revestimentos anti pedra, tendem a diminuir os danos por pequenos impactos prolongando a vida dos veículos. O uso de surfacers a pó também vem ganhando importância pelo mundo, principalmente devido às suas características não poluidoras e suas propriedades mecânicas.

Já a pintura de acabamento responsável maior pela cor e brilho final do automóvel, está sendo otimizada a fim de produzir um aspecto cada vez mais alastrado, de brilho mais intenso e com alta resistência a riscos e ataques químicos. O uso de matérias de alto teor de sólidos ou a base d’água também tem proporcionado melhor rendimento e menos poluição atmosférica. Após a pintura final o uso de cêras de cavidades vem também sendo largamente utilizadas.

Como pode-se concluir, apesar de aparentemente significar pequenas as citadas melhorias, uma série delas reunidas pode levar a grandes resultados práticos e o diferencial necessário para atingir uma determinada vantagem competitiva.

 

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