Conversamos com Marlon Griesang, Diretor da Deltec, sobre o ‘Antes, Durante e o Depois da Pandemia’, para a edição 226 da Revista TS. Acompanhe.
Quais são as principais novidades relacionadas à sua empresa?
A Deltec vem numa constante evolução no último ano. Nossas principais novidades estão relacionadas com a Indústria 4.0 e com a substituição de processos de tratamento de superfície de impacto ambiental, como por exemplo, sistemas organometálicos e aplicações de PVC e leito fluidizado. Referente à Indústria 4.0, a Deltec tem inovado com a Deltec+Control. Todos esses projetos e inovações não estão somente no campo da pesquisa; nós os materializamos, entregamos linhas com estas tecnologias, transformando em realidade as nossas inovações.
Para qual setor vocês estão direcionando mais esforços e por quê?
Os setores que a Deltec atua com mais atenção têm sido o agronegócio e a construção civil. Embora todos os setores dos quais atendemos tenham tido um volume de negócios acima do esperado, a indústria de máquinas agrícolas tem uma necessidade de evolução tecnológica em sistemas relacionados a tratamento de superfície muito grande, tanto em termos de movimentação, como em sistemas que permitam entregar altos índices de produtividade. A vocação do Brasil, sem sombra de dúvidas, é a agricultura e, por esse motivo, entendemos que esse setor merece uma atenção especial.
Qual foi a estratégia adotada durante a pandemia?
A estratégia da Deltec foi de se posicionar e se consolidar como uma empresa sólida em nosso segmento, visto que não demitimos nenhum funcionário e esse ano inauguramos nossa unidade nova, de corte e dobra, no município de Sumaré/SP. A pandemia serviu para aumentar o foco em nosso DNA de atendimento ao cliente, que é: atender as reais necessidades dos nossos clientes e entender exatamente qual é o tamanho da solução que eles precisam, desta forma, evidenciando a forte posição da Deltec no mercado. Na economia, a pandemia refletiu em um aumento significativo nos custos de matéria-prima; em nosso setor, os prazos de entrega se alongaram, com isso, sacrificamos margem para suportar essa pressão inflacionária que tivemos no ano de 2021, mas em nenhum momento reduzimos nossa operação, muito pelo contrário, nós a aumentamos.
Para a Deltec, quais são as principais tendências em:
• Processos:
Em processos de linhas de pintura, o que têm evoluído de maneira substancial são os sistemas de movimentação, que têm evoluído para transportadores do tipo Power&Free. Essa movimentação propicia equipamentos mais compactos, menor custo operacional, maior produtividade e, fundamentalmente, um aumento de aproveitamento nos dispositivos de engancheiramento, visto a possibilidade de integrar com sistemas de elevadores de carga. Na Europa, já há mais tempo, e nos últimos 10 anos na Europa Oriental, os sistemas Power&Free têm sido altamente utilizados e essa é uma tendência real que estamos vendo no mercado brasileiro nos últimos dois anos. A Deltec tem sido a percursora dessa inovação no Brasil, sendo a empresa que mais integrou sistemas Power&Free no país nos últimos dois anos.
• Equipamentos:
Nos últimos anos, o conceito de cabines cortina d’água tem sofrido uma evolução constante para conceitos de filtração via seco. Contudo, os custos operacionais das cabines com sistema via seco não são baixos e, nesse sentido, evoluímos para as cabines com conceito de cortina – baseado na utilização de óleos minerais, onde há separação das micelas de tinta, facilitando a extração de borra de maneira muito mais eficiente. Equipamentos baseados em cortina de água, além do impacto ambiental, trazem certas dificuldades na limpeza, problemas estes, tratados integralmente nas novas tecnologias de cabines cortina de óleo.
• Tintas:
No que diz respeito à tecnologia de tintas, nossa atenção está voltada para três pontos:
1. Tintas a pó: a utilização de tintas a pó com a tecnologia de baixa cura com resinas altamente reativas, que permitem uma redução significativa no consumo energético para seus processos de polimerização;
2. Tintas líquidas: a utilização de tintas à base d’água e a possibilidade de suas aplicações com sistemas de alta transferência de tinta, reduzindo significativamente o consumo e o impacto ambiental relativo à emissão de COV’S [Compostos Orgânicos Voláteis – nota do editor];
3. Organometálicos: substituição de sistemas convencionais de galvanoplastia para revestimentos organometálicos, conferindo maior resistência e qualidade para os processos.
• Tecnologia:
Em termos tecnológicos, a Deltec entende que a maior evolução da indústria tem sido a evolução Indústria 4.0, onde a interação máquina-máquina é fundamental para garantir o desempenho e funcionamento dos sistemas. Corrigir processos de maneira autônoma, evidenciando as alterações de parâmetros na busca de melhoria contínua, tem sido uma real tendência do mercado de equipamentos.
E, em especial sobre a sua companhia, como essas áreas estão se desenvolvendo?
Estamos antenados e em um processo de contínuo desenvolvimento em todas as áreas acima descritas. Temos, como visão, de sermos uma empresa referência em equipamentos para tratamento de superfícies – e ser a referência é estar na liderança de novos desenvolvimentos. É por isso que a Deltec mantém massivos investimentos em desenvolvimento. Contamos com um quadro de mais de 20 engenheiros na área de desenvolvimento de produtos, que conferem setores de mecânica, elétrica, automação e engenharia de aplicações. Anualmente, a Deltec tem feito ao menos quatro lançamentos, sempre voltados para os campos de processos, equipamentos, tratamento de novas tintas e tecnologias voltadas para a Indústria 4.0. É importante ressaltar que essas inovações não ficam somente no campo da pesquisa, mas, em parceria com nossos clientes, temos tirado todas as evoluções do papel e aplicado em linhas entregues ao longo destes últimos anos.
Falando além da pandemia; qual é e qual será o maior desafio do setor?
No próximo ano teremos novamente no Brasil o fator político. No setor de máquinas, onde a confiança do empresariado é fundamental para que possamos entregar novos projetos, será um grande desafio passarmos novamente por um ano de instabilidade política. É fato que temos uma tendência inflacionária de aumento de juros, o que preocupa o setor de máquinas, pois somos um segmento que depende de financiamentos bancários para seus investimentos. Outro fator que tem sido desafiador é a comunicação e a interação com novos parceiros na Europa, por conta das medidas restritivas para viagens internacionais. É fato que a vocação tecnológica depende de países externos e estamos, há 18 meses, sem propiciar visitação a feiras internacionais e sem interação direta e presencial com nossos parceiros. É desafiador inovar em tecnologias sem poder contar com uma integração mais massiva com as empresas externas.
Acesse a Matéria Especial de Pintura na íntegra, publicada na Edição 226 da revista Tratamento de Superfície.