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Pequenas indústrias precisam de prazo maior para quitar créditos, afirma dirigente da FIESP


Rafael Cervone, vice-presidente da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP/CIESP), defendeu ontem (quinta-feira, 29 de abril) a ampliação dos prazos de carência e de pagamento dos empréstimos já concedidos às pequenas e médias empresas, que estão novamente enfrentando dificuldades de fluxo de caixa, em decorrência da segunda onda da Covid-19, mais grave do que a primeira. "Pelas mesmas razões, é urgente uma nova rodada de aporte de recursos do Pronampe, programa de crédito especial para esse segmento, instituído pela Lei 13.999/2020, que deverá receber recursos de R? 5 bilhões, segundo se constata no recém-aprovado orçamento da União".

Cervone, em reunião do Conselho Superior da Micro, Pequena e Média Indústria (Compi) da FIESP, observou que numerosas firmas desses portes não conseguiram acesso a linhas oficiais de crédito, tendo de recorrer ao mercado financeiro, no qual arcam com juros, prazos e condições de pagamento mais desfavoráveis. Agora, muitas delas estão se deparando com o fim da carência e a necessidade de começar a pagar as parcelas dos empréstimos, o que é difícil ou até mesmo inviável na presente conjuntura. "Por isso, defendemos a prorrogação do prazos", explicou.

O dirigente da FIESP/CIESP ressaltou ser fundamental apoiar as micro, pequenas e médias empresas do setor neste momento no qual os dados são preocupantes. Frisou que as vendas reais da indústria paulista caíram 1,3% em março, em comparação com fevereiro, fechando o primeiro trimestre de 2021 com redução de 0,7% ante os últimos três meses de 2020.

"Os dados demonstram o impacto do agravamento da pandemia e das medidas de restrição de mobilidade implantadas no Estado de São Paulo, no qual também houve inoportuno aumento do ICMS este ano", disse Cervone.

Ele alertou que, segundo a expectativa expressa pelos empresários, o quadro de retração econômica deverá prolongar-se, refletindo-se nos indicadores de abril. "Daí a importância da reedição do Programa BEm, do novo auxílio emergencial e de outras medidas que vêm sendo adotadas pelo Governo Federal, que contribuíram para o enfrentamento da crise em 2020 e são novamente necessárias".

Competitividade

A reunião do COMPI, na tarde desta quinta-feira, teve o tema "Como Melhorar o Ambiente de Negócios para as Micro, Pequenas e Médias Indústrias". Para o sucesso desse objetivo, Cervone enumerou as medidas

prioritárias: reformas tributária e administrativa; criação de um regime específico para o Simples, que não pode continuar sendo mera renúncia fiscal; criação do Estatuto da Pequena e Média empresa; reforma administrativa; e criar condições para ingresso dessas firmas na Manufatura Avançada.

Para as empresas de todos os portes do setor, Cervone acentuou ser necessária uma política industrial eficaz, com previsibilidade e capaz de reduzir os custos da produção no Brasil, que representam R? 1,5 trilhão por ano a mais do que na média dos países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)."Precisamos agregar ganhos de competitividade para uma inserção mais ampla na globalização", ressaltou.

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