Superintendente de Vendas e Marketing, Paulo Cezar Martins Pereira, fala sobre o trabalho da empresa com o metal e sobre o potencial desse segmento na atualidade
Paulo Cezar: “Por haver muito ainda a se descobrir, a taxa de inovação em seu desenvolvimento e de fabricação é muito representativa”
Em qual parte da cadeia vocês trabalham com alumínio? Quais são os destaques da sua empresa lidando com esse material, em especial?
Na cadeia do alumínio, atuamos na produção de tubos, para sistemas de refrigeração; barramentos, para fins elétricos; e produção de vergalhão de alumínio, para fins elétricos e mecânicos; mais fios especiais. Não há, propriamente, um destaque, pois tratamos igualmente as linhas de produto em termos de qualidade e valor mercadológico, procurando atender a normas técnicas rígidas. Em termos de volume, o destaque seria a produção de vergalhão de alumínio, que é maior em relação aos demais produtos, face à maior demanda de mercado.
Fale-nos um pouco mais sobre a sua empresa. Ela atua em outros segmentos? Qual a estrutura e carro-chefe?
A Termomecanica atua há 80 anos no mercado, classificada entre as maiores indústrias privadas brasileiras, é líder no setor de transformação de metais não ferrosos (cobre e suas ligas), em produtos semielaborados e produtos acabados, tais como: barras, vergalhões, perfis, fios, laminados, tubos para refrigeração, tubos para aplicação industrial, tubos para condução de água e gás, capas de bronze TM 23, barramentos de cobre para aplicações na indústria siderúrgica e de fornecimento de energia, buchas e tarugos de bronze TM 620. Atua, desde 2016, na fabricação de produtos de alumínio, possuindo atualmente em seu portfólio: vergalhão, tubos, barramentos, e fios de alumínio. Altamente capitalizada, a empresa registra saudável crescimento, resultado de programas de constante modernização e expansão, que definem sua tradicional estratégia de reinvestimento de lucros.
No Brasil, qual a realidade do mercado de alumínio? Quais as tendências do setor?
Em termos de mercado, tradicionalmente, o alumínio cresce além do crescimento do PIB, embora dependa também, em grande parte, do ciclo e cenário econômico no Brasil, e também no mundo. É um metal (commodity) cujos preços são regulados pelo mercado internacional, especialmente pela London Metal Exchange, ou LME, parâmetro para venda em quase todos os países que o utilizam. Para a formação de preços, é também considerada uma remuneração devida às despesas de transportar o metal, ou seja, um prêmio adicional sobre o LME. Assim, todo o metal é vendido a LME + Prêmio. Atualmente, podemos dizer que o mercado já viveu dias melhores, e este ano deverá apresentar uma pequena redução em relação a anos anteriores, principalmente, devido às condições do cenário internacional (guerra, custos de energia e de produção, cenário político interno do Brasil, e certa redução de demanda); mas a tendência e perspectivas futuras são de recuperação para o próximo ano, com crescimento mais forte a partir de 2024.
E em termos de produtos? Qual o grande destaque do segmento de alumínio?
Olha, cada segmento de mercado tem o seu destaque, sem nenhum destaque especial da cadeia. Pela flexibilidade e vantagens do alumínio em relação a outros metais, inclusive de custo, as aplicações do metal são muito diversificadas, indo, por exemplo, de componentes de aviões e foguetes (ligas aeronáuticas e aeroespaciais), até produtos utilizados em áreas alimentícias, indústria automotiva, linhas de transmissão, tubos para troca de calor, etc...
Ainda é possível inovar no setor de alumínio? De que forma?
O alumínio é um metal muito novo em relação aos demais. Seu uso tem se propagado dia após dia pela disponibilidade fácil, custo mais baixo, propriedades físicas e químicas, leveza, ótima condutibilidade elétrica e térmica, atoxidade, fácil conformação, boa refletividade, diferentes resistências mecânicas de suas ligas. Assim, é muito frequente novos usos, novas tecnologias e surgimento de novas ligas. Por haver muito ainda a se descobrir, a taxa de inovação em seu desenvolvimento e de fabricação é muito representativa. Ainda veremos muita evolução nesta cadeia do metal.