Carla Branco é executiva e professora, especialista em ESG e Sustentabilidade.
O termo ESG (Environmental, Social, and Governance) ganhou relevância mundial em 2004, fruto de uma publicação pioneira do Banco Mundial em colaboração com o Pacto Global da ONU e instituições financeiras de nove países. Intitulada ‘Who Cares Wins’ (Ganha quem se importa), esta iniciativa foi uma resposta à provocação de Kofi Annan, prêmio Nobel em 2001 e então secretário-geral da ONU, a 50 CEOs de grandes instituições financeiras globais. A proposta visava integrar fatores ESG ao mercado de capitais (DIAS, 2021).
A ESG reflete o conceito do tripé da sustentabilidade desenvolvido por John Elkington, que abrange três pilares: planeta, pessoas e proveito (ou lucro e prosperidade). A crescente adoção de aspectos ESG nas análises e decisões de investimento, seja para compra de ações de empresas de capital aberto, startups ou financiamentos, evidencia a importância dessa abordagem para o desenvolvimento sustentável.
Aspectos Ambientais (E)
No componente ambiental, empresas buscam minimizar o impacto nas mudanças climáticas, restringir o uso de recursos hídricos, reduzir diferentes tipos de poluição e evitar a perda de biodiversidade. Para a Associação Brasileira de Tratamentos de Superfície (ABTS), esses aspectos são cruciais, dado que a indústria de tratamentos de superfície pode ter um impacto significativo no meio ambiente. A adoção de práticas que reduzam emissões de poluentes e promovam o uso sustentável de recursos naturais é essencial para alinhar-se aos critérios ESG.
Aspectos Sociais (S)
No âmbito social, o relacionamento das empresas com stakeholders internos e externos, como colaboradores, fornecedores, clientes e comunidade, é fundamental. A ABTS deve promover a diversidade, enfrentar a desigualdade social, adotar tecnologias emergentes e utilizar as mídias sociais de forma ética e eficaz. Ao fortalecer essas relações, a ABTS pode contribuir para um ambiente de trabalho mais inclusivo e responsável, ao mesmo tempo em que atende às expectativas de diferentes gerações de consumidores.
Aspectos de Governança (G)
A governança envolve a transparência na gestão e operação das empresas. Isso inclui a disponibilização de informações a terceiros, a remuneração justa de executivos, a equidade no relacionamento com acionistas e colaboradores, e a conformidade com regras e normas. Para a ABTS, a implementação de práticas de governança robustas aumenta a confiança dos investidores e melhora a eficiência operacional.
A adoção de práticas ESG é essencial para a sustentabilidade e o sucesso a longo prazo do setor de tratamento de superfície. Reconhecendo os desafios e tendências macro e microeconômicas, a ABTS lidera a transição para um futuro mais sustentável, equilibrando o crescimento econômico com a responsabilidade ambiental e social.
Carla Branco
Executiva há mais de 20 anos em múltiplos cenários de empresas e instituições públicas e privadas: multinacionais, estatais, escolas, bibliotecas e ONGs, com destaque para as áreas de Responsabilidade Social, Educação e Cultura.
Psicóloga, Bacharela e Mestra em Administração, com ênfase em Gestão de Recursos Humanos. Professora da PUC-Rio, FGV e do Ibmec e Ibmec Online, onde atua como Coordenadora Técnica dos MBAs de Gestão de Pessoas, Liderança, Inovação e Tecnologia e ESG.
Executiva com experiência internacional, trabalhou no Oi Futuro como gestora do programa NAVE, desenvolvido em parceria público-privada, considerado pela Microsoft e Fundação Qatar como uma das iniciativas de educação mais inovadoras do mundo.
Liderou a área de Relações Institucionais do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e foi diretora executiva do Instituto LideraJovem.
Também atua como palestrante, tradutora e porta-voz.
Referências
DIAS, M. C. De onde surgiu o ESG? Exame, 2021. Disponível em: https://exame.com/esg/de-onde-surgiu-o-esg/. Acesso em: 5 jul. 2022.
