Ex subsidiária da multinacional alemã abre novas frentes de negócios integrando grupo da Pentanova nas Américas
Menos de seis meses após ser adquirida pelo grupo austríaco Pentanova, a Eisenmann do Brasil, empresa de equipamentos de pintura industrial, está se reposicionando junto ao mercado automotivo e ampliando negócios, especialmente junto ao setor de equipamentos agroindustriais. Segundo Alexandre Coelho, diretor geral da Eisenmann do Brasil, novas frentes de negócios estão entre as metas traçadas pela empresa. “A Pentanova se prepara para ser um player de peso nas Américas”, anuncia.
Especializada em automação industrial, com forte atuação na Europa e na China, a Pentanova era uma das fornecedoras da Eisenmann global. Após a dissolução da multinacional alemã, em 2019, adquiriu as subsidiárias do México, e, no final do ano passado, a Eisenmann do Brasil, formando um grupo com potencial de exportação para outros mercados.
Com fábrica em Cruzeiro (SP), a Eisenmann do Brasil iniciou o ano fazendo investimentos em projetos internos de desenvolvimento de engenharia e modernização das instalações industriais. O plano de expansão da fábrica da Eisenmann no Brasil projetado pela Pentanova prevê investimento de até R$15 milhões. As projeções da empresa são de crescimento de 20% ao ano e de R$ 200 milhões de faturamento em 2022.
Com a aquisição pela Pentanova, a Eisenmann do Brasil passa a ser uma empresa mais completa. Transportadores intra logísticos, transportadores de warehouses ou centros de distribuição e fábricas passam a ter a automação da Pentanova e ganham uma forte perspectiva competitiva, destaca o CEO da empresa.
A estratégia de crescimento traçada pela Pentanova para a Eisenmann do Brasil tem ainda como um dos pilares a plataforma de exportação.
“O Brasil terá um peso muito grande neste novo ciclo e uma liderança marcante por ter a fábrica, a parte de serviços e toda a engenharia de projetos. A Pentanova já está cotando projetos na China, nos quais a engenharia e a fabricação serão executadas no Brasil”, antecipa Alexandre Coelho.
Outra aposta do grupo é o setor do agronegócio brasileiro, que vem demandando profissionalização e investimentos tecnológicos. “Esse é um viés que já vem sendo trabalhado em projetos de tecnologia e de equipamentos. Em 2021 o segmento representou 25% do share de faturamento da empresa.
A Eisenmann do Brasil passou por momentos difíceis após a matriz na Alemanha entrar em insolvência. Há 25 anos no Brasil e integrando o consórcio modular da Volkswagen Caminhões e Ônibus, a empresa enfrentou os impactos da liquidação. As vendas, que em 2019 atingiram R$ 130 milhões, sofreram forte retração no ano seguinte.
Com um plano de reestruturação sendo posto em prática desde o ano passado, a empresa conquistou novos clientes, fechou um grande projeto local e também projetos de exportação, encerrando 2021 com vendas superando 150 milhões. O plano de recolocação e crescimento ganhou musculatura com a participação acionária da Pentanova e uma flexibilização da gestão.
“Estamos em processo de rebranding e com implementação de uma organização mais flexível e ágil que nos permite desenvolver soluções customizadas locais, mantendo todo o conhecimento adquirido no mercado brasileiro, traduzidos na qualidade, durabilidade, eficiência energética e segurança de nossos produtos”, diz o diretor financeiro da Eisenmann do Brasil, Rodrigo Takahashi
A preservação da autonomia local, mesmo com a aquisição da Pentanova, é um aspecto relevante destacado por Takahashi. “Partimos de uma multinacional com uma governança muito rígida para uma organização com características empreendedoras e uma gestão mais próxima do cliente”, avalia. “A vinda da Pentanova recompõe a Eisenmann do Brasil em diversos aspectos. Voltamos a fornecer para as montadoras do Brasil, fazemos parte de uma multinacional, o que gera credibilidade e segurança para fazer negócios. Estamos de volta ao jogo. E muito mais fortes”, conclui.