Nataly Yoshino

Gerente de Inovação e Desenvolvimento de Mercado 

CBA

“Enxerga-se uma busca maior por novas tonalidades de cores e acabamentos como pinturas, dando o efeito de madeira, entre outras que fogem do padrão que vinham sendo utilizados nos últimos anos (branco, tons pastéis, etc.)”

Qual a grande novidade da sua empresa relacionada ao segmento de alumínio em Tratamento de Superfície? 

Hoje em dia não apresentamos nenhuma grande novidade em relação ao que vínhamos trabalhando anteriormente, uma vez que nossas linhas já apresentavam um alto grau de tecnologia embarcada, com certificações internacionais de Qualicoat e Qualianod que asseguram a qualidade do nosso produto.

Como você enxerga o atual cenário do mercado de alumínio? Quais são os principais desafios e quais os planos de ação para transpô-los? 

Por ser infinitamente reciclável e essencial para a transição energética e um futuro de baixo carbono, o alumínio é um ativo de alto valor agregado, em crescimento no mercado global. A CBA exerce papel de protagonismo nesse cenário no contexto nacional, especialmente sob o aspecto do mercado de alumínio verde e na produção de baixo carbono por utilizar energia 100% renovável na cadeia produtiva. O volume total do mercado brasileiro de alumínio é de aproximadamente 1 milhão e 500 mil toneladas/ano e há vários produtores nacionais e internacionais que suprem essa demanda. Especificamente na CBA, nossa capacidade de produção é de 450 mil toneladas/ano de alumínio primário (lingotes, tarugos, alumínio silício, rolos caster e placas) e de 220 mil toneladas de produtos transformados (chapas, folhas e perfis extrudados). Nossa percepção é de que o mercado brasileiro tem crescido e a pandemia ajudou a recuperar a tendência no âmbito nacional. Existem alguns segmentos-chave que ainda estão abaixo do que víamos em 2019, em função da não recuperação de mercado, como, por exemplo, o de transportes. Por outro lado, no Negócio Primário, já notamos uma recuperação no setor da construção civil, com a demanda por tarugos. A CBA se ajustou rapidamente para atender as novas necessidades do mercado nacional nos segmentos onde a demanda foi bem acima da média, embalagens e bens de consumo, além da construção, já citada. No mercado mundial, o consumo também cresce consistentemente, puxado pelas tendências de descarbonização e eletrificação, e com uma restrição de oferta importante neste momento, vinda especialmente da China, devido à crise hídrica e à política de redução das emissões daquele país, o que coloca o mercado em um cenário mais favorável atualmente. De acordo com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), os mercados de embalagem e da construção civil têm apresentado bons resultados e o de transportes também sinaliza uma recuperação, embora suas perspectivas de crescimento de produção no Brasil ainda sejam menores para este ano.

Em qual área relacionada ao alumínio a sua empresa atua? O que representa essa área dentro do negócio da sua empresa? 

A CBA é a única produtora integrada de alumínio no Brasil e uma das líderes deste mercado no país. Com capacidade instalada para produzir 100% de energia vinda de hidrelétricas próprias, a CBA minera a bauxita, transforma em alumínio primário (lingotes, tarugos, vergalhões e placas) e produtos transformados (chapas, bobinas, folhas e perfis). Com relação a perfis, temos o mais moderno Centro de Tratamento de Superfície de Perfis de Alumínio da América Latina, com capacidade instalada de 55 mil t/ano, em produção de perfis, e capacidade para seis mil t/ano para tratamento de superfície. O principal objetivo do Centro é agregar valor aos produtos, por meio da aplicação de alta tecnologia. Destacamo-nos pela fabricação de Perfis Extrudados, rigorosamente de acordo com as normas técnicas e de qualidade. Nossos Perfis Extrudados são caracterizados pela alta resistência estrutural e à corrosão, leveza e versatilidade, o que viabiliza as mais variadas aplicações e garante melhor desempenho. Importante ressaltar que a produção de nosso alumínio está comprovadamente abaixo da média mundial na emissão de gases de efeito estufa, o que significa que fornecemos um produto mais sustentável para o mercado. Nosso alumínio é também certificado nos padrões de Performance e de Cadeia de Custódia pela ASI (Aluminium Stewardship Initiative), organização sem fins lucrativos que define as melhores práticas globais para o desempenho de sustentabilidade na indústria do alumínio. 

Como a pandemia afetou seus negócios? Nesse aspecto, como crê que ocorrerão os anos vindouros? 

Desde o início da pandemia a CBA não foi impactada em sua produção por falta de insumos ou matérias-primas. 

Quais são as principais tendências do trabalho com o alumínio? Crê que ainda há o que se desenvolver dentro desse segmento? 

As principais tendências que enxergamos para o mercado de alumínio na construção civil é a utilização de cada vez mais materiais sustentáveis como o alumínio (certificações verdes), técnicas de industrialização, gerando cada vez menos trabalho dentro dos canteiros de obras, menor desperdício e aumentando o valor agregado nos produtos fornecidos. Com relação ao olhar do consumidor final, enxerga-se uma busca maior por novas tonalidades de cores e acabamentos como pinturas, dando o efeito de madeira, entre outras que fogem do padrão que vinham sendo utilizados nos últimos anos (branco, tons pastéis, etc.). Enxergamos que ainda existem muitas novidades para se desenvolver nesse segmento, uma vez que o mercado está sempre em constante transformação e as empresas deverão se ajustar a esses movimentos.