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Antonio Magalhães de Almeida, inovação e progresso


Entrevistas 01 de agosto de 2019 | Por: Portal TS

A educação, a busca constante por aperfeiçoamento e a visão para o futuro fazem de Antonio Magalhães de Almeida um profissional pautado pela inovação e o progresso

Paulistano, nascido e criado, Antonio Magalhães de Almeida começou a trabalhar com apenas 14 anos para ajudar a família, assim como seus outros seis irmãos.

“O meu primeiro emprego foi no escritório da ‘Cimento Santa Rita’, onde trabalhei durante sete anos, até concluir o curso de Química, no Liceu Eduardo Prado de São Paulo”, lembra.

radec e Sr.Pierre Caradec – que, no ano de 1968, viram que o futuro seria anodizar alumínio para a construção civil destinada à fabricação de esquadrias de alumínio. Por isso, iniciaram a paralisação da cromação de para-choques e outros banhos galvânicos. O Sr. Jacques nos trazia as novidades apresentadas pelo mercado comum europeu através da EWAA (European Wrought Aluminium Association), da European Anodisers Association e da Qualanod. Com isso, a Prodec sempre foi uma firma atualizada e referência no mercado brasileiro quanto à anodização destinada à arquitetura. Após a morte do Sr.Pierre, o Sr. Jacques passou a investir na empresa. Em uma de suas viagens percebeu que, na Europa, a anodização destinada à arquitetura estava perdendo mercado para a pintura eletrostática a pó (poliéster). Com isso, em 1992, implantou, no Brasil, a maior linha horizontal de pintura eletrostática a pó. Já em 1997, começou a instalar a primeira linha de pintura vertical, para pintar perfis de alumínio em barras de 6,5 metros de comprimento. Estes perfis eram destinados à fabricação de esquadrias de alumínio destinadas à construção civil. Assim, a empresa foi diminuindo a anodização fosca e colorida e aumentando nossa produção, com a pintura eletrostática a pó que, no seu início, a moda era, praticamente, a pintura branca. Posteriormente, o Sr. Jacques passou a diretoria da empresa para seu filho Thierry Caradec. Este passou a introduzir, na firma, novas novidades destinadas à fabricação de esquadrias de alumínio, tais como a pintura com acabamento efeito madeira e a anodização colorida por interferência nos poros produzindo novas cores (azul, ouro velho, verde, titânio, etc.)”, diz.

Quando Antonio iniciou seu trabalho na empresa era o ano de 1967. Sua contratação veio suprir a vaga do químico Fritz Willenshofer, que ensinou a ele seus passos iniciais na carreira, referentes a banho de cromação (para-choques); anodização brilhante, (grades e frisos de automóveis); banho de zinco e de cádmio; fosfatização; e anodização fosca para arquitetura.

Depois de um ano na companhia, um convite o despertou para uma nova habilidade: “O Sr. Ludwig Rudolf Spier, ex- presidente da ABTG (ABTS) na época, era muito amigo do Sr. Jaques e, ao ver o crescimento do tratamento de alumínio em nossa empresa, solicitou que eu apresentasse uma palestra pela ABTG com o título “Anodização para Arquitetura e Fins Decorativos”. Ocorreu em 28 de setembro de 1978, com 58 participantes, inclusive com a presença da ‘Alcan Alumínio do Brasil’. Essa palestra foi, posteriormente, divulgada na Revista ‘Plating and Surface Finishing’ e, na Revista ‘Proteção Superficial’”, contou. O sucesso foi tamanho que ele foi convidado a dar aulas regulares sobre o tema no curso básico da associação. “Este já completou sua 150º edição, com o nome atual de ‘Curso de Tratamentos de Superfície’, onde continuo dando aulas”, revela.

Expertise vai além

Em 1983, sua especialidade no trato com o alumínio ganha contornos ainda mais brilhantes e o executivo passa a elaborar normas da ABNT sobre anodização e pintura em alumínio. “A convite da ABAL (Associação Brasileira do Alumínio), através do Sr. Ayrton Filleti, coordenador junto à ABAL do CB-35, passei a participar da comissão de estudos, na elaboração de normas técnicas no tratamento de superfície do alumínio e suas ligas, exercendo a função de 1º Secretário da ABNT/CB-35:000.05 (Comissão de Estudo de Tratamento de Superfície do Alumínio)”, lembra.

No EBRATS de 1992, além de ser conferencista, Antonio coordenou tecnicamente o Interfinish 92 (Surface Finishing Congress). Um ano depois, passou a integrar a diretoria da ABTS e também a escrever artigos para a Revista de Tratamento de Superfície, ele ressalta: “Minha esposa sempre foi minha parceira nos trabalhos que fiz para apresentar nas revistas ou palestras, na correção do meu português, que sempre foi meu ponto fraco”, confessa o executivo que também fala sobre o que significa a ABTS para a sua trajetória: “A ABTS foi muito importante para mim, principalmente quando aceitei participar como professor no curso básico de galvanoplastia. Para cada aula de beneficiamento do alumínio, eu tinha que me atualizar, procurando as novidades do meu segmento, dentro e fora do país. Com isto, eu mantinha meus conhecimentos atualizados, para melhor poder transmiti-los aos alunos”, explica. Aliás, vale destacar que o próprio executivo fez diferentes cursos para se atualizar, como o de ‘Normalização, Qualidade e Metrologia’, pela Associação Brasileira de Controle de Qualidade, coligada à Society for Quality Control. “Eles me ajudaram muito profissionalmente”.

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Impacto mundial

Entre os inúmeros desafios vivenciados pelo executivo ao longo de sua carreira há um que o fez ser reconhecido mundialmente, já que dele resultou um título solidificando sua inteligência e criatividade mundo afora. Ele mesmo conta: “Com o crescimento do beneficiamento do alumínio, destinado à construção civil, a ‘Alcan Alumínio do Brasil’, apesar de extrudar alumínio, também beneficiava o mesmo, com banhos de anodização fosca. Possuía, na sequência, um processo de coloração do alumínio anodizado nas cores bronze até preto, utilizando sais metálicos. Esse processo era patenteado com o nome ANOLOK, o qual utilizava sais metálicos de Co (Cobalto) e de Ni (Níquel). Na época, meu maior desafio foi formular um processo de coloração do alumínio anodizado com sais metálicos, para concorrer com eles. Em 1979, consegui formular e patentear, junto ao INPI, em nível internacional, com o número 7905580, o Título: ‘Processo para colorir alumínio após a sua anodização’. Nesse processo utilizei sais de Sn (Estanho) e Cd (Cádmio) que obtinham as cores bronze até preto e sais de Cu (Cobre), que obtinha cores de cobre claro, cobre escuro chegando até o preto. Na época da solicitação junto ao INPI, inúmeras patentes de diversos países tentaram contestá-la. Porém, a mesma foi concedida por apresentar estado de técnica superior, tanto na penetração dos sais, como na uniformidade e reciprocidade de cor, além de utilizar aditivos e faixa de pH diferente. Devido a estas vantagens, o mercado, na época, foi tendo tendência por esse novo processo, com o nome de PRODECOLOR. É muito gratificante para um químico, quando uma empresa acredita e investe em um processo desenvolvido por ele”, orgulha-se.

Ao falar sobre a indústria química na atualidade, Antonio é enfático:

“A indústria química, de um modo geral, nunca perde. Está praticamente em tudo. Pode ser mudado o tipo de produto, más o novo produto também terá nele um processo químico”, contudo, ele alerta para a constante atualização do setor, principalmente nessa época de incerteza econômicas. “Quando nos deparamos com um processo de nosso segmento, nós devemos analisá-lo e tentar perceber o que podemos pesquisar para melhorá-lo, principalmente, aumentando a sua produtividade ou diminuindo seu custo, sem prejudicar sua qualidade. Também, ficar atento à tendência do mercado”, aconselha.

Dá para relaxar?

Há quem pense que essa mente voraz não descansa; nada mais equivocado. Antonio, casado com Haydeé há quase 50 anos, pai de três filhos e avô de quatro netos, dedica seu tempo de folga para realizar coisas que também deleitam seu coração, como dançar, por exemplo. “Sempre participamos dos Jantares Dançantes promovidos pela ABTS”, reforça, e acrescenta: “Por isso, queria agradecer muito ao amigo Carlo Berti que foi, inúmeras vezes, nosso diretor de ‘Eventos Sociais’ e que organizava essas lindas festas. Foram os melhores bailes de que participei em minha vida!”. O executivo também revela que possui uma casa no interior de São Paulo, onde passa seus fins de semana: “O que mais gosto é estar em contato com a natureza, principalmente, porque o local em que se encontra a minha casa está em um ponto alto e tem uma vista maravilhosa do campo. Lá estando, quando saio, costumo frequentar os restaurantes da Estrada do Vinho em São Roque. Com menor frequência vou para praia tomar um sol, beber cerveja e beliscar um camarã

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