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 Alta da Selic e falta de peças mostram necessidade de integração das cadeias regionais de valor


Brasil e América Latina precisam reduzir dependência de insumos e bens de capital

Ata do Copom, divulgada  terça-feira (22/06), aponta que resiliência da demanda, resultante da forte tendência de retomada da economia, e a demora na normalização da oferta são duas das causas conjugadas das pressões inflacionárias, o que justificaria a nova escalada de aumento da taxa básica de juros. Rafael Cervone, vice-presidente da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP/CIESP), cita como exemplo desse descompasso entre produção e consumo a falta de componentes, como chips, para as montadoras de automóveis.

"Tal escassez é resultado do desequilíbrio que a pandemia provocou nos sistemas globais de suprimento, mas serve como alerta sobre os riscos da dependência de insumos, incluindo os destinados à fabricação da vacina contra a Covid-19, e bens de capital, principalmente da Ásia", pondera Cervone. A questão tem sido pauta de reuniões entre representantes da indústria de vários países latino-americanos, das quais ele participa. "Fica muito claro que precisamos promover a integração das cadeias regionais de valor, ampliando a capacidade de abastecer nosso parque fabril dentro do próprio Continente".

O dirigente da FIESP/CIESP também demonstra preocupação com a indicação da Ata do Copom de que a Selic continuará subindo, tendo como previsão mínima, para a reunião de agosto próximo, mais um aumento de 0,75 ponto percentual. "Os juros não podem ser o único instrumento de contenção da pressão inflacionária. Precisam ser muito bem calibrados para não inibir a retomada do crescimento, que o próprio órgão estima que será consistente no segundo semestre", conclui Rafael Cervone.

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